Dienstag, 29. Juli 2014

Poesia: APELO

Apelo

(Rosângela Scheithauer)



Uma coisa quero dizer
Os homens já não contemplam
A beleza do rio
O canto dos pássaros
A cor das flores
O verde da mata
Uma coisa quero dizer
Digo agora
Para que estas palavras
Fiquem seladas
Nas mentes de flagelos
Moribundos e patéticos
Que se imaginam filósofos
E mal sabem soletrar
O próprio nome
Quero dizer e digo já
Com desolada luz
Pobreza de espírito
Fraqueza de caráter
Riqueza personalizada
Nada se contempla
Pois o rio seca
A flor morre
O canto vira gemido
O sorriso fica perdido
O verde é negro
Em terras estéreis
Mãos se fecham
Corações ao abandono
Morrem sem conhecer
O sentido da esperança





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